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Novos tratamentos ampliam opções para depressão com ansiedade

Nova opção terapêutica amplia possibilidades de tratamento com menor impacto em efeitos colaterais comuns

Atualizado em 06/10/2025 às 18:10, por Jaqueline Falcão.

Novos tratamentos ampliam opções para depressão com ansiedade

Sinais de depressão precisam ser observados

Tristeza persistente, falta de interesse, cansaço excessivo, sono irregular, medo intenso e preocupação constante. Essa combinação de sintomas, comum em pessoas com depressão associada à ansiedade, tem se tornado cada vez mais frequente nos consultórios. Estima-se que cerca de 85% dos pacientes com depressão também apresentem sintomas ansiosos, o que reforça a necessidade de identificar o perfil de cada indivíduo para definir o tratamento mais adequado.

De acordo com o Ministério da Previdência Social, o Brasil registrou mais de 472 mil licenças médicas por transtornos mentais em 2024, como depressão e ansiedade — um aumento expressivo na última década. Diante desse cenário, cresce também a busca por alternativas terapêuticas que ofereçam eficácia, boa tolerabilidade e menor risco de efeitos adversos.

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Entre as novas opções está a vilazodona, produzida no país desde agosto de 2024, que tem se destacado no tratamento da depressão com sintomas de ansiedade. Com um mecanismo de ação diferenciado, o medicamento combina a inibição da recaptação de serotonina com o agonismo parcial dos receptores 5-HT1A, o que contribui para uma resposta antidepressiva eficaz e está associado à baixa incidência de disfunção sexual e ganho de peso.

Segundo o psiquiatra Felipe Lobo, médico consultor da Libbs e supervisor do ambulatório de transtornos de personalidade da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a interrupção precoce do tratamento é uma das principais causas da cronicidade da depressão. “É preciso entender que nem toda depressão é igual e colocar todos os pacientes em uma mesma linha de tratamento pode acarretar uma piora do quadro”, alerta.

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Para o especialista, cada paciente deve ser avaliado de forma individualizada, considerando fatores como idade, estilo de vida, prioridades e possíveis comorbidades. “Alguns podem ter ansiedade e depressão ao mesmo tempo e isso deve ser considerado. Já outros, doença psicossomática, atrelando dor crônica com depressão, por exemplo. Sexualidade e autoestima também devem ser critérios para a melhor escolha terapêutica”, complementa Lobo.

Ao atuar diretamente na neurotransmissão serotoninérgica, a vilazodona oferece uma nova perspectiva para pacientes que enfrentam os desafios combinados da depressão e da ansiedade — ampliando as possibilidades de adesão e eficácia no tratamento, com menos impacto na qualidade de vida.